Com o disco Em Comum recém-saído do forno, o NX Zero desembarcou em Curitiba no sábado dia 13 de abril para apresentar o repertório da sua nova turnê. Presente na programação das rádios com a música “Maré” e com o lançamento de um novo single engatilhado, a banda liderada por Di Ferrero mostrou as suas novas composições numa apresentação de pelo menos uma hora e meia, mas sem negar o seu passado.
Em entrevista por telefone ao Gaz+, o vocalista e principal letrista lembrou do início da carreira do grupo na cena hardcore de São Paulo. Ele disse que apesar de a banda ter se afastado do estilo, os integrantes ainda carregam em si a veia do rock.
“Apesar de não ser o que a gente escuta hoje, o hardcore está no nosso sangue. Ele fez parte da nossa adolescência, assim como o skate e o desejo de conquistar o mundo”, declarou.
Foi por meio dessa porta que o NX Zero surgiu na cena do pop rock brasileiro, mas de lá para cá o som do grupo passou por muitas mudanças. Em doze anos de estrada, eles não tiveram medo de flertar com o pop, com as baladas românticas e até mesmo com o rap, no disco Projeto Paralelo.
O giro no direcionamento da carreira do grupo, no entanto, ocorreu de forma natural, conta Di.
“Nada do que fizemos foi programado. A gente fez o que sempre quis. E isso fez com que mais pessoas escutassem o nosso som”, analisa o músico, que de uns anos para cá percebe que os shows do NX foram tomados tanto pela galera mais nova quanto pelo pessoal do rock dos anos 1980.
Para a composição de Em Comum, o NX Zero experimentou um esquema de lançamento diferente. A cada mês, os integrantes se comprometeram a criar uma música e lançá-la na internet, o que deu a oportunidade de sentir a recepção do público antes mesmo de ter o CD inteiro pronto.
Di explica que a escolha por esse método “louco”, nas suas próprias palavras, ocorreu para aproveitar a dinâmica que a rede proporciona.
“Foi uma experiência muito louca. Como nós falamos que iríamos lançar uma música por mês, tinham vezes em que, de repente, não tínhamos nada. Foi um estimulo diferente para a banda”, disse o vocalista.
Ele revela que só houve uma vez em que os integrantes não conseguiram soltar uma música dentro do prazo, porque a composição ainda não estava do jeito que os caras queriam.
“Quase rolou de a gente lançar uma música e se arrepender depois. Mas aí nós conversamos com os fãs e explicamos a situação. Afinal, música é arte e não dá para forçar”, justifica.
Apesar de o grupo ter visto logo no processo de produção do disco o público vibrar ou torcer o nariz para alguma de suas músicas, o vocalista conta que em nenhum momento o NX se deixou levar por aquilo que as pessoas queriam escutar.
“Nós não somos o tipo de banda que pensa: ‘se não estão gostando, então vamos mudar de estilo’. Porque se a gente for lançar só o que o público quer ouvir, uma hora ninguém mais aguenta.”
O resultado final dessa experiência, porém, foi o de um disco mais maduro, na opinião do compositor:
“Em comum é um disco de transição, simples e mais clean. A gente pensou mais nas composições, sem virtuosismos. Abordamos outras paradas e fizemos músicas mais reflexivas”, avalia o cantor.
Gaz+: O NX Zero deu um salto ao gravar o disco Projeto Paralelo, em que vocês trabalham com vários nomes do rap. Na época, o grupo não ficou preocupado com o fato de que talvez o público não recebesse bem esse trabalho?
Di Ferrero: Acho que, no começo, se a gente tivesse pensado mais sobre isso ficaríamos com o o pé atrás. Mas para ser sincero eu sempre quis fazer isso. Eu e o Gee (, guitarrista) já íamos fazer um projeto paralelo fora do NX, porque gostamos pra caramba de rap, principalmente o feito no Brasil. Nós conhecemos a galera e começamos a misturar, mas a coisa ficou grande e decidimos chamar todo mundo do NX para fazer o disco junto. E o resultado ficou muito bom. Poderia ter sido um tiro no pé, mas a gente quis se renovar e arriscar. Aquelas eram as coisas que estávamos ouvindo no momento. Com o disco, também fizemos vários parceiros e vários amigo, que temos até hoje.
Como você avalia o novo disco do grupo, Em Comum?
Eu vejo claramente que esse disco marca um momento de transição do NX. É uma parada diferente. Em vez de gravarmos ele inteiro, fomos soltando as músicas aos poucos, para que elas não ficassem velhas. Nós colocamos para a galera ouvir e vimos em real time no que o disco estava se transformando. Cada vez mais as coisas estão sendo assim e a internet tem muita culpa nisso. E o nosso jeito de compor também mudou. Antes a gente fazia as letras só depois, mas dessa vez eu cheguei com o texto primeiro. As letras mandaram mais, o que é mais difícil na hora de compor. E esse é também um desafio para a banda.
O que você acha do público de Curitiba e o que ele pode esperar do próximo show?
Curitiba é sensacional. A cena rock’n’roll é boa e a gente curte tocar aí desde o começo do NX. Curitiba foi uma das primeiras cidade em que tocamos e dessa vez iremos para aí com um show grande, com bastante repertório dos outros discos.
Fonte: Gazeta do Povo
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